Mesa 22:Reflexiones lingüísticas y didácticas acerca de la lengua portuguesa en uso

Diversidade linguística no ensino de PLCE

  • NUNES, Giselle (UNLP/UNLu/ Lenguas Vivas - S. E. B. de Spangenberg)
Resumen

Este trabalho visa problematizar o entendimento da norma culta consagrada pela tradição gramatical e suas implicações para o ensino de Português Língua Cultura Estrangeira. Por considerar a língua portuguesa como uniforme, amparar-se na variedade da língua com maior prestígio social e ignorar as variações linguísticas, depreende-se desta perspectiva regras que são artificialmente instauradas.
Objetivamos, então, pensar em alternativas para a interpretação da norma linguística, evitando reduzi-la a regras que não encontram correspondência nos usos que são de fato ocorrência na língua. Assim, serão apresentados usos linguísticos que apesar de serem amplamente constatados no Brasil, não encontram respaldo na tradição gramatical.
Refletiremos sobre estratégias pedagógicas para que, na formação de professores de PLCE, os docentes em formação se sensibilizem e sensibilizem seus futuros alunos para o reconhecimento e validação da diversidade linguística.
A partir desta problematização, pretendemos incentivar a postura de professores críticos ante a heterogeneidade linguística, a fim de não limitar suas aulas a exemplos de língua provenientes unicamente das variedades de prestígio, nem de estigmatizar aquelas variedades que não são consideradas de prestígio.
Inicialmente, conceituaremos a noção de norma linguística (Faraco, 2008; Bagno, 2012) para depois desdobrá-la em duas: norma como normalidade e como normatividade (Antunes, 2007). Na sequência, dilucidaremos a noção de norma culta, contrapondo a norma culta ideal à norma culta real (Antunes, 2007). Ainda problematizaremos como a concepção de norma culta pressupõe incultas as demais variedades sociolinguísticas (Bagno, 2012). Também nos interessa trazer à luz a discussão sobre diferença linguística e erro linguístico (Possenti, 1996) e sobre a pertinência do ensino das variações linguísticas (Alkmin, 2001) na aula de PLCE.

Referências bibliográficas:

Alkmin, Tânia Maria. Sociolinguística (2001). In: Mussalim, Fernanda; BENTES, Anna Christina. Introdução à Linguística: domínios e fronteiras, v.1. São Paulo: Cortez.
Antunes, Irandé (2007). Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial.
Bagno, Marcos (2012). Norma linguística, Hibridismo & Tradução. Revista Traduzires, 19-32.
Faraco, Carlos Alberto (2008). Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial.
Possenti, Sírio (1996). Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado das Letras.